segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Texto Introdutório: A COPA DO MUNDO E A CONSTITUIÇÃO DA IDENTIDADE DOS BRASILEIROS
É quase impossível pensar a definição e o processo de constituição de uma identidade brasileira sem nos atentarmos para expressões do tipo: “país do futebol”, terra de Pelé, “País da bola” etc. Desde crianças somos introjetados dentro de tais estruturais conceituais. Nossos pais geralmente já possuem um clube do coração do qual nós acabamos sendo também obrigados a torcer. O sonho de todo menino brasileiro é ser jogador de futebol e jogar na seleção. As cidades são divididas por clássicos regionais como Campinense e Treze em Campina Grande o famoso clássico dos maiorais.
Todavia o futebol é uma indústria que movimenta milhões, se tornou um esporte das grandes multinacionais que o patrocinam. Este ano as discussões têm girando entorno da realização da copa do mundo no Brasil, seria a chance de apagarmos o fantasma de 1950, todavia ainda somos obrigados a conviver com o fantasma da má distribuição de renda, de uma educação publica de péssima qualidade e de um sistema da saúde e segurança bastante deficitário.
Muitos têm defendido a realização do evento pelos ganhos no setor turístico, no marketing e apontado as grandes reformas estruturais que serão realizadas para o evento e que permaneceram como o legado da copa. Todavia a maioria de tais reformas não estarão prontas a tempo e não conseguimos imaginar quando serão concluídas. Os jogadores da seleção a todo o momento aparecem nos meios de comunicação em momentos de descontração, em muitas de suas frases vemos: “só queremos levar alegria ao povo que sofre”. Realmente como no caso da briga de galo em Bali, no Brasil o futebol também funciona como um meio de centrar as tensões sociais para o campo matamos a nossa vontade de vencer ou de mudar de vida pelo sucesso do nosso clube ou não.
Talvez tenhamos a voltado aos tempos do pão e circo, ou quem sabe estes tempos nunca tenham passado. O fato é que não podemos aceitar o discurso que tenta naturalizar muitas questões, promovido pela mídia, e sim nos perguntarmos sobre quais os ganhos e percas advindos da realização do torneio de 2014?

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