Universidade Estadual da Paraíba
(UEPB)
Centro de Educação (CEDUC)
Departamento de História
Programa Institucional de Bolsa de
Iniciação à Docência - PIBID/CAPES
Escola Estadual de Ensino Médio e
Profissionalizante Dr. Elpídio de Almeida – Estadual da Prata
Série: 3º ano do Ensino Médio Turma: A Ensino Integral
Professor Supervisor: Eriberto
Souto
Bolsistas:
Ítalo Pereira de Sousa
Juliana Karol de Oliveira Falcão
Juliana Nascimento de Almeida
Jéssica
Tissiane Emanuella Albuquerque
Gomes
TEXTO
INTRODUTÓRIO: REPÚBLICA DAS OLIGARQUIAS
A
República Oligárquica inaugurou um novo período político no Brasil, durante a
Primeira República ou República Velha. Convencionou-se chamar de República
Velha, o período histórico compreendido desde a Proclamação da República em 1889
até a ascensão de Getúlio Vargas em 1930. O referido período é comumente divido
em duas etapas: 1) República da Espada: tem esse nome, pois foi o momento
histórico em que o Brasil foi governado por dois militares: Marechal Deodoro da
Fonseca e Marechal Floriano Peixoto. 2) República das Oligarquias: período que
vai da eleição de Prudente de Morais até a Revolução de 1930 (liderada por
Getúlio Vargas).
Designa-se
como oligarquia a forma de governo na qual o poder político se concentra nas
mãos de um pequeno número de pessoas, privilegiado por algum motivo. A história
republicana do Brasil é fortemente marcada pela Oligarquia. Durante a República
Velha, os grandes proprietários de terras se beneficiavam de seus poderes
econômicos para se apropriar dos meios políticos. Diante disso, no referido período,
a corrupção, as trocas de favores, bem como outras condutas inadequadas se
fizeram presentes para sustentar, principalmente, o poder de um grupo – os
cafeicultores. Dessa maneira, embora um regime democrático e representativo
fosse vigente, apenas uma porção da sociedade era largamente favorecida, gerindo
o Estado de acordo com seus próprios interesses. A supremacia política das
oligarquias assentava-se na Política dos Governadores, praticada com base na
Política do Café com Leite; no Coronelismo; no Voto de Cabresto; no Clientelismo.
Convencionou-se
chamar de Política dos Governadores a troca mútua de favores, na qual com o
apoio dos chefes políticos locais (oligarquias), os governadores ajudavam a
eleger o presidente da República; este retribuía o apoio político, oferecendo
verbas e empregos aos governadores. Criada em 1900, pelo presidente Campo Sales,
os mecanismos implícitos nesta política garantiram a permanência das
oligarquias no poder. A chamada Política dos Governadores possibilitou o
esquema político de alternância entre São Paulo e Minas Gerais.
A
Política do Café com Leite representa a hegemonia política nacional do estado
de São Paulo e de Minas Gerais. O primeiro estado era o mais rico da federação
e o seguinte o mais populoso e segundo mais rico. A oligarquia paulista era representada
pelo Partido Republicano Paulista (PRP), e a mineira, pelo Partido Republicano
Mineiro (PRM). As oligarquias desses dois estados concordavam e apoiavam uma o
candidato da outra; dessa maneira, somente políticos desses dois estados eram
eleitos à presidência de modo alternado. Assim, ora o chefe de estado sairia do
meio político paulista, ora do mineiro; e representaria os interesses das duas
oligarquias. A denominação "café com leite" faz referência à economia
de São Paulo e Minas, grandes produtores, respectivamente, de café e leite.
Para
vigorar a eleição dos candidatos escolhidos, era preciso que alguém estivesse
por trás de tudo isso. A manipulação das eleições era garantida pelos coronéis,
os quais não eram militares, mas sim grandes produtores rurais. O título foi
distribuído em troca de favores ainda na época do Brasil Império, quando os
grandes proprietários recebiam a patente de coronel, para recrutarem pessoas para
a Guarda Nacional, que fossem fiéis ao império, alinhadas ao interesse do
governo e das elites. Esse título manteve o seu prestígio depois da proclamação
da República. O voto aberto determinava a dominação dos coronéis nas suas
regiões, nos chamados “currais eleitorais”. O coronel estabelecia os votos dos
seus comandados em troca de favores como cargos públicos e presentes diversos.
Essa
prática do eleitorado em vender seus votos, contribuía para o voto do cabresto.
A imposição de um candidato aos eleitores pelos chefes políticos locais podia se
processar pela troca de favores, mas também pela violência ou fraude, como manipulação
dos resultados ou roubo de urnas, além da inclusão do voto de pessoas mortas ou
ausentes. Foi esse controle dos votos políticos que ficou conhecido como voto
de cabresto, e manteve as oligarquias rurais no poder.
Tudo
isso só foi possível pela prática política do Clientelismo, a qual se
fundamenta na de troca de favores, onde os eleitores são encarados como
“clientes”. O político (patrão) concentra seus projetos e funções no intuito de
prover os interesses de indivíduos ou grupos (clientes) com os quais mantém uma
relação de proximidade pessoal. Nesta relação de troca o político recebe os
votos que busca para se eleger no cargo desejado. Dessa forma, no clientelismo
prevalece as trocas individuais de bens privados entre indivíduos desiguais –
patrões e clientes.
O
conceito básico do clientelismo pode ser estendido para uma visão mais
contemporânea, que se expressa através da relação entre atores políticos,
permeada por concessão de benefícios públicos, como empregos, benefícios
fiscais, e isenções, em troca de apoio político. Dessa meneira, permanece a
forma básica do clientelismo – a negociação do voto. Dito isto, depreende-se
que o clientelismo dá origem a corrupção, tendo em vista que esse sistema
produz grande parte das irregularidades políticas e institucionais, além de
proporcionar o mau uso da “máquina pública”, prejudicando a população. Diante
disso, para o melhoramento social, político e conômico da Nação, torna-se
fundamental o combate a tal prática, através do esclarecimento dos cidadãos.
Referências
CARVALHO,
Leandro. República Oligárquica.
Disponível em: <http://www.brasilescola.com/historiab/republica-oligarquica.htm>.
Acesso em: 14 maio 2015.
KOSHIBA,
Luiz, PEREIRA, Denise Manzi Frayze. História
do Brasil. São Paulo. Ed. Atual, 1996.
VAZ,
Valéria. Ser protagonista: História,
3º ano: ensino médio/ obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida por
Edições SM. 2. ed. São Paulo: Edições SM,
2013.
(Coleção ser protagonista; 3)
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