De: Rebeca Melo.
Para: Adolf Hitler.
Caro Hitler,
Se estiver lendo esta
carta é o sinal que sobrevivi. Sobrevivi a sua arrogância, a sua prepotência e a
sua fascinação pelo poder. Depois de mais uma guerra aqui estou viva, mas não
tão feliz quanto imaginava. Pessoas de quem gostava estão mortas por essa
guerra sem fim. Estou viva, mas tenho que todos os dias olhar nos olhos de
minha mãe e ver a dor de ter perdido um filho, morto nas batalhas desta guerra.
Oh Führer, queres tanto o poder que às vezes tu te perdes
nele. Porque quiseste revanche? Porque descumpriste o todo poderoso Versalhes?
Porque tu não te contentaste com o que tinhas. Oh meu querido e ardiloso líder?
A sociedade alemã pagou um alto preço pela soberba. O poder já não lhe era
suficiente?
O ar da nossa querida,
porém dividida Alemanha esta poluído. Mas não por gases tóxicos ou algo do gênero,
e sim pela arrogância de um líder que em vez de proteger sua população do caos,
a coloca no meio dele. E o teu grande amigo Mussolini, tem te ajudado? Teu
pacto com este senhor piorou as coisas de tal maneira que sinto um aperto no
peito só de pensar do que esta dupla dinâmica seja capaz.
Eu sei que a
recuperação deste povo será árdua e demorada. Tu tiraste, de certa forma, vidas
das mãos de nossas famílias como se não te preocupaste com o que elas sentiram.
Corrija-me, tu nunca te preocupaste com a felicidade de teu povo. Minha mãe está
ali, sentada naquela cadeira velha de madeira na esperança do meu querido irmão
adentrar aquela porta, bem e vivo. Isso não vai acontecer e depois de tudo isso
eu te pergunto: valeu a pena? Valeu a pena, destruir um país com teu egoísmo?
Essa carta terá retaliação? Talvez, mas estou aliviada de tentar me expressar e
dizer o quanto tenho o desprazer de ter vivido no mesmo tempo que o chefe mais
maldoso da História.
Nenhum comentário:
Postar um comentário