quarta-feira, 9 de setembro de 2015

CARTA PARA A MEMÓRIA

Meu nome é Iohanna Corrêa. Vim do Texas, escrevo aqui com um lápis pequeno do meu amigo que foi sequestrado e talvez até morto. Escrevo pedindo ajuda para que mande mais soldados com armamentos e helicópteros. Estou em um lugar que nem sei onde é, corri muito fugindo dos soldados inimigos, acompanhada de outro amigo que levou dois tiros, um na mão e outro na coxa. Ele perdeu muito sangue e continua perdendo, seu rosto está pálido demais, precisando de água e comida.
            Vi a maioria das pessoas do meu batalhão e do meu grupo morrerem e alguns correrem. Alguma coisa aconteceu com nossas armas, elas não estavam querendo disparar.
            Os inimigos são terríveis, frios, espertos, humilhantes e não hesitam em matar. Sei que estamos em uma guerra, mas eles são totalmente incomuns: destroçam todos os corpos dos que pegam, fazem uma chacina decapitando cada parte do corpo.
            Por conta da má higiene onde estou me escondendo adquiri meningite, o que está me matando aos poucos, mas prefiro esta doença desgraçada do que ser decapitada sem ao menos ter minhas últimas condolências.
            Mesmo assim tenho muito medo de ser pega, pois eles vasculham tudo. É realmente impressionante os armamentos que eles possuem, armas de fogo que eu nem sei como funcionam.

            O lápis está sumindo aos poucos, não consigo escrever mais…

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