domingo, 26 de julho de 2015

Texto Introdutório - Redescobrindo a Primeira Guerra Mundial

Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)
Centro de Educação (CEDUC)
Departamento de História
Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID/CAPES
E.E.E.F. M Professor Raul Córdula
Série: 9º ano do Ensino Fundamental II           Turno: Tarde
Professor Supervisor (a): Ivanilda Matias
Bolsistas:
Francine Santos
Leonardo Lira
Rayssa Eutália
Sabrina Lopes

Texto Introdutório – Primeira Guerra Mundial

A disputa imperialista e algumas questões nacionalistas foram responsáveis pela Primeira Guerra Mundial, um confronto de grandes proporções que envolveu muitos países, canalizou durante quatro anos grande parte dos recursos mundiais para a produção bélica e, principalmente, causou a morte de milhões de pessoas.

  Na virada do século XIX para o século XX, um conjunto de conflitos de caráter imperialista ou nacionalista evidenciava o alto risco de um confronto de amplas proporções. Os interesses em conflito às vésperas da Primeira Guerra Mundial eram os seguintes:
• A Inglaterra e a Alemanha disputavam diretamente a hegemonia econômica e política sobre o mundo.

• Na Península Balcânica estava em curso, desde o século XVII, um conflito entre Rússia e o Império Turco Otomano. No início do século XX, os problemas na região se intensificaram e deram às duas Guerras Balcânicas (1912 e 1913), envolvendo Montenegro, Sérvia, Bulgária, Croácia, Turquia, Grécia e Romênia. A dificuldade em solucionar a questão balcânica foi um dos fatores de eclosão da guerra de 1914.

• A França queria retomar as regiões da Alsácia.
  Os antagonismos levaram à criação de um sistema de alianças e à formação de grupos de países que assumiam o compromisso de ajuda mútua, em caso de agressão.

  Os dois grupos e seus principais membros eram:

•Tríplice Aliança (potências centrais). Alemanha, Império Austro-Húngaro e Itália (em 1915, a Itália passou a integrar a Tríplice Entente).
•Tríplice Entente (países aliados). Inglaterra, França e Rússia.

 Nesse contexto crítico, em 28 de junho de 1914, o assassinato do arqueduque austro-húngaro, Francisco Ferdinando, por um militante bósnio que lutava pela autonomia de sua província, serviu de pretexto para o início da guerra.

Os dois blocos – Tríplice Aliança e Tríplice Entente – entraram em combate, e a Alemanha ficou geograficamente presa entre dois inimigos: a França e a Rússia. Para evitar o ataque pelos dois flancos, o kaiser Guilherme II usou todo seu poder militar para atacar a França, na expectativa de eliminar um dos seus oponentes. No início, o plano deu certo e os alemães conseguiram chegar a uma área de 30 km de Paris; nesse ponto, porém, encontraram forte resistência das tropas francesas e inglesas
.
 Durante o ano de 1914, a luta havia caracterizado como guerra de movimento, ou seja, as tropas germânicas avançavam e as francesas recuavam. A resistência dos aliados deu início a uma outra forma de luta, chamada de guerra de trincheiras: os soldados construíam redes de trincheiras (escavações a céu aberto), onde ficavam aquartelados, frente a frente, a espera de um melhor momento para atacar. Era uma luta pela manutenção da posição já conquistada e, muitas vezes, para avançar apenas alguns quilômetros.

Durante a Primeira Guerra Mundial, as mulheres que viviam nos países envolvidos no conflito, sofreram as consequências. Enquanto os homens deslocavam-se em grande quantidade para os campos de batalha, mulheres de classe média e alta passaram a trabalhar fora de casa.

No campo as mulheres ficaram responsáveis pela produção agrícola e pela criação de animais. As que viviam nas cidades foram trabalhar com transportes, dirigindo ônibus e caminhões, e também nas indústrias, entre elas a bélica. Muitas mulheres também se dirigiram para os campos de batalha para trabalhar como enfermeiras, cozinheiras, motoristas de ambulâncias e etc.

 Em 1917, ocorreu a revolução bolchevique na Rússia. Os governantes propuseram paz aos alemães. No dia 15 de dezembro de 1917, os russos assinaram um armistício com o governo alemão e se retiraram do conflito.

 O FIM DA GUERRA E O TRATADO DE VERSALHES

 Em 1917, havia um certo impasse no desenrolar da guerra, provocado pelo equilíbrio de forças entre os dois grupos em combate. Em fevereiro, na tentativa de tirar a Inglaterra da Luta, os submarinos alemães passaram a atacar todos os navios que se aproximavam daquele país. Nessa campanha acabaram afundando navios norte-americanos que se dirigiam a Grã-Bretanha. Entendendo que seus direitos estavam sendo desrespeitados, os Estados Unidos declararam guerra à Alemanha em abril 1917.

A chegada das tropas norte-americanas à Europa só aconteceu no mês de dezembro daquele ano, quando os demais países envolvidos na guerra já estavam esgotados. A participação do exército dos Estados Unidos rompeu o equilíbrio de forças a favor da Tríplice Entente, e os alemães e seus aliados já não tinham meios de se reorganizarem. Em novembro de 1918 foi assinado o armistício no qual a Alemanha e seus aliados reconheciam a derrota.

 O Tratado de Versalhes, documento que determinou as condições da paz, foi assinado em 1919.O tratado considerou a Alemanha culpada pela guerra e impôs àquele país o pagamento de pesadas indenizações pelos prejuízos causados: determinou a devolução dos territórios da Alsácia e da Lorena à França e a criação do corredor polonês uma faixa estreita de terra que atravessava o território alemão e ligava a Polônia ao porto de Dantzig, dando aos poloneses uma saída para o mar. Além disso, os alemães ficaram proibidos de reorganizar seus exércitos e tiveram de sair das áreas onde praticavam o imperialismo.

 As determinações do Tratado de Versalhes condenaram a Alemanha ao empobrecimento e ao enfraquecimento de seu poder militar. Em 28 de abril de 1919 foi criada a Liga das Nações. Com sede na cidade de Genebra, na Suíça, essa organização devia servir como árbitro nos conflitos internacionais e garantir a paz mundial, entretanto, com a ausência de nações como Estados Unidos, Alemanha e Rússia, a Liga das Nações possuía pouco poder de influência e de arbitragem nos conflitos armados, mostrando-se um verdadeiro fiasco.

Referências bibliográficas:

MELLO, Leonel Itaussu Almeida; COSTA, Luís César Amad. História moderna e contemporânea. 5ª edição. São Paulo, 2001.

Plano de Aula - Redescobrindo a Primeira Guerra Mundial

PIBID-HISTÓRIA-UEPB-2015
UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA

ESCOLA: E.E.E.F.M. PROFESSOR RAUL CÓRDULA

PROFESSORA SUPERVISORA: IVANILDA MATIAS BEZERRA
BOLSISTAS: LEONARDO LIRA
                                                                             SABRINA LOPES
                                                                             RAYSSA EUTÁLIA
                                                                             FRANCINE SANTOS

TURMA: 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
DURAÇÃO: AULAS DE 40 MINUTOS

PLANO DE AULA
1. TEMA
Primeira Guerra Mundial

2. EIXO PROBLEMATIZADOR
Como um conflito iniciado na Europa conseguiu se estender por todos os continentes, enfatizando para isso os antecedentes da guerra, o seu desenvolvimento e as consequências para o mundo, principalmente para o continente Europeu.

3. JUSTIFICATIVA
Sabemos que entre 1871 e 1914 a Europa viveu um “período de paz” e progresso, seja em termos culturais como tecnológicos. Entretanto, precisamos salientar que esse “período de paz” foi marcado também por uma corrida armamentista silenciosa, que visava assegurar as políticas imperialistas vigentes da época. Entendendo isso podemos refletir sobre as causas e consequências da maior guerra até então vista no planeta, que ficou conhecida como a “Grande Guerra”.

4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
·         Expor as políticas de alianças (Tríplice Entente e Tríplice Aliança)
·         Verificar o contexto e a conjuntura política europeia no início do século XX
·         Identificar os avanços tecnológicos produzidos durante o conflito
·         Compreender as principais fases da guerra (Guerra de Trincheiras e a Guerra de Movimento)


5. METODOLOGIA E RECURSOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS
Texto Introdutório e a aplicação do jogo de tabuleiro “Redescobrindo a Primeira Guerra Mundial”.

6. RECURSOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS
·         Texto de apoio;
·         Jogo de tabuleiro.

7. AVALIAÇÃO
·         Leitura do texto e participação na atividade “Redescobrindo a Primeira Guerra Mundial”.

8. REFERÊNCIAS

BOULOS JÚNIOR, Alfredo. História sociedade & cidadania. Edição reformulada, 9º ano. 2º Edição. São Paulo: FTD, 2012. Pag. 30-41.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

RIO DE JANEIRO

Se você já teve algum objetivo na vida, saberá sobre o que estou falando. Em meados do ano de 2014, fui ao Rio de Janeiro, não apenas em uma viajem de férias, pois passei poucos dias e os professores ainda lecionavam. Nunca havia ido a outra cidade além das vizinhas, quem dirá conhecer alguém vindo de outros países em uma cidade distante.
No dia 05 de junho deu-se início o meu sonho. A madrugada era agradável, combinando perfeitamente com meu humor, tirando o fato de que estava silêncio demais comparado a como me sentia por dentro. Quando cheguei ao meu destino, faltavam apenas dois dias para o evento, coisa que achei que nunca aconteceria, levando em conta que foi uma viagem quase de última hora.
Chegando o dia, arrumei-me do melhor jeito possível. As três horas e meia de trem e de ônibus não me abalaram, estava feliz demais. Havia muitas pessoas na fila e aquelas que chegassem ao fim realizariam o desejo de todas aquelas pessoas. A hora tinha chegado e não parecia algo real, todos os cantores e bandas que cantaram eram parte do meu sonho. Antes, tudo aquilo parecia impossível de alcançar, mas vendo-os na minha frente, me fizeram perceber que podemos realizar o que queremos, mesmo que pareça algo distante. Posso dizer que esse foi um dos dias mais felizes da minha vida.


UM PASSEIO DE TREM

Certo dia, uma menininha de aproximadamente dez anos, de cabelos castanhos e olhos brilhantes, foi a um passeio de trem com seus coleguinhas da escola. Este passeio aconteceu no período das festas juninas e a menininha estava vestida de caipira a caráter para o São João. Ela estava muito feliz, pois estava junto com eles dois palhaços engraçados que faziam muita palhaçada para eles rirem. Dentro do trem tinha música junina, lanches e dancinhas juninas.
Ao chegar ao sítio, avistaram casinhas com fogueiras, comidas típicas e conversas paralelas. Fizeram um imenso quadrilhão onde todos estavam felizes. Foi um dia inesquecível para aquela menina sonhadora, viveram grandes momentos de alegria, ela nunca esqueceu deste passeio de trem.


A LUA DA MINHA VIDA

Desde certa época, quando comecei a entender o mundo, reparei que a origem da humanidade foi algo nocivo para os animais e para a natureza. Por isso, sempre tive a vontade de criar um cachorro, tudo bem que poderia ser qualquer outro animal, mas na época os que eu mais vi sofrer foram os cachorros.
Meu desejo era ter uma fêmea, pois eram as que foram mais abandonadas. Chegou um pouco tarde, já tinha 15 anos, involuntária e intrometida. Ela invadiu minha casa à noite, em plena lua cheia. A sujeira escondia seus pêlos brancos. Mandaram-me deixar ela na rua, mas eu não consegui e fiquei com ela.
 Durante a noite, a dificuldade era imensa. Ela era pequena e não sabia ficar sozinha. Suja em um canto da sala, ela sempre tinha mania de sair e bagunçar toda a casa do vizinho. Ela melhorou quando construíram um muro no quintal da casa. Pelo menos, ela agora corre livremente pelo quintal.
Pensei que o nome dela poderia ser Lua, pois este satélite natural é tão lindo e pronto: duas coisas que eu admiro. Por isso, só cuida quem tem responsabilidade e ama, visto que não se deve abandonar os animais depois. Não te abandonaram, então não abandone também.



Plano de aula "Perfil Histórico"

Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)
Centro de Educação (CEDUC)
Departamento de História
Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID/CAPES
Escola Estadual de Ensino Médio e Profissionalizante Dr. Elpídio de Almeida – Estadual da Prata
Série: 3º ano do Ensino Médio          Turma: A e B             Ensino Integral
Professor Supervisor: Eriberto Souto

Bolsistas:
Ítalo Pereira de Sousa
Juliana Karol de Oliveira Falcão
Juliana Nascimento de Almeida
Jéssica
Tissiane Emanuella Albuquerque Gomes

Plano de aula

Conteúdos Programáticos:
ü  Primeira Guerra Mundial;
ü  Revolução Russa;
ü  Crise do Liberalismo.

Problematização:
ü  Quais as características e desdobramentos da Primeira Guerra Mundial, da Revolução Russa, bem como da crise do liberalismo?

Objetivo Geral:
ü  Entender as características e implicações de alguns eventos ocorridos na primeira metade do século XX: Primeira Guerra Mundial, Revolução Russa, crise do liberalismo.

Objetivos Específicos:
ü  Estudar as causas, particularidades e resultados para o mundo da Primeira Guerra Mundial;
ü  Analisar os antecedentes, os desdobramentos e influência no mundo da Revolução Russa;
ü  Entender os fatores contribuintes para a crise do liberalismo, além das implicações para os países e as respostas destes a referida crise.

Justificativa:
            Tanto a Primeira Guerra Mundial, como a Revolução Russa e a crise do liberalismo representam marcos na história por terem gerado grandes e profundas mudanças no âmbito mundial. Nesse sentido, a presente aula se justifica por possibilitar analisar por meio do Jogo didático “Perfil Histórico”, como tais mudanças afetaram os meios social, econômico, político e cultural da época, refletidas nos dias atuais.

Metodologia:
ü  Revisar de maneira descontraída, com o intuito de promover maior compreensão por parte dos alunos, o conteúdo estudado através da aula expositiva dialogada. Para tanto, foi utilizado o Jogo didático “Perfil Histórico”, a partir do qual os jogadores (alunos) devem se esforçar para reconhecer pessoas (ou grupo de pessoas), coisas (ou objetos), lugares, acontecimentos e pensamentos (ou concepções) através de uma série de dicas, reveladas uma a uma sobre os conteúdos estudados.

Recursos Didáticos:
ü  Jogo didático no qual os jogadores precisam descobrir o conteúdo das cartas, através de pistas reveladas sobre determinadas temáticas – Primeira Guerra Mundial, Revolução Russa e crise do liberalismo – para avançar com os peões no tabuleiro até o espaço marcado “chegada”.

Referência Bibliográfica

VAZ, Valéria. Ser Protagonista: História, 3º ano: ensino médio. São Paulo: Edições SM, 2013.

NAS MÃOS DE DEUS


Tudo começou quando eu estava voltando da escola à noite, passei na casa de um amigo, onde eu sempre dormia, só para conversar, mas infelizmente a conversa estava boa e não vi o tempo passar. Estava muito tarde para voltar pra casa, eu estava com muito sono e pensei: “vou ligar para os meus pais e pedir para dormir aqui hoje”. Quando liguei e disse que queria dormir na casa do meu amigo minha mãe ficou muito brava e respondeu:
- Pode ficar de vez na casa de seu amigo, isso não é hora de pedir nada, já são uma e trinta e três da madrugada. Amanhã venha pegar suas coisas e ficar por aí mesmo, Gabriel.
Quando eu a ouvi dizer isto fiquei muito preocupado, mas fui dormir e de manhã iria lá em casa resolver toda essa situação. Enfim amanheceu e fui para casa, chegando lá meu pai começou a dizer assim:
- Você, Gabriel, só vive na casa do seu amigo, ele não é sua família, ele não tem responsabilidade nenhuma com você, somos eu e sua mãe que temos. Se você quiser continuar morando nessa casa você vai fazer o que eu quiser e quando eu quiser, não ter mais amigos e nem namorada, ficará em casa ajudando sua mãe nas coisas e nem pense em sair para as festas, muito menos para a rua e se não quiser obedecer pode se retirar da minha casa agora.
Eu me assustei, mas na mesma hora não queria saber e fui à casa do meu amigo pedir para ele me ajudar a tirar minhas coisas de casa e deixar na casa dele. Chegando lá quando minha mãe me viu arrumando as coisas, ela começou a chorar e meu irmão de 11 anos também. Quando eu vi aquela situação fiquei muito mal, de todo modo, não recuei, saí sem falar com eles. Chegando a casa do meu colega, ele disse:
- Não fala para o meu pai que você está aqui, pois ele não vai querer você morando conosco.
Comecei a arrumar minhas coisas com lágrimas nos olhos e pensando no que fiz. Depois que eu fiquei uns dias em uma casa em que eu não era bem-vindo, sem trabalhar, dependendo do meu amigo, decidi procurar outro lugar para ficar, mas todos os amigos que eu pensei que iriam me acolher não me aceitaram e eu me senti muito humilhado.
Fui para casa do meu colega e comecei a chorar e me arrependi do que fiz, mas tinha medo dos meus pais não me aceitarem de volta. Comecei a viver escondido na casa do meu colega por um mês, só que eu precisava de dinheiro e eu não sabia o que fazer. Eu tinha um celular e decidi trocar com uma menina, entretanto, ela queria 100 reais e o celular em troca do celular dela. Nisso ela comentou que tinha um salto alto que se eu conseguisse vender estaríamos de “negócio fechado”.
Enfim, não consegui vender, mas eu não queria ir devolver o salto dela, porque ela morava muito longe. Ela começou a me cobrar o dinheiro, então, eu a bloqueei no whatszapp e nas demais redes sociais, pensando que iria me sair bem dessa. Contudo, eu estava enganado, pois o crime não compensa.
No dia seguinte em todas as redes sociais tinham muitas ameaças de meninos querendo me bater e me chamando de ladrão. Eu fiquei completamente apavorado porque eles disseram que iam a casa do meu pai e, se meu pai ficasse sabendo de algo iria atrás de mim. E se fosse até o pai do meu colega iria dizer que ele estava dando abrigo para um ladrão, sem que ele soubesse, pois eu estava perdido na vida.
Acabou chegando uma intimação na casa do meu pai com o meu nome pedindo para que eu comparecesse na delegacia de Itaquera, se eu não fosse eu iria ser preso. Meu pai me ligou e disse o que estava acontecendo. Ele foi até a delegacia, encontrou a garota e pagou a ela tudo que eu devia e disse a mim por telefone:
- Quero você dentro de casa para a gente conversar, eu já estou chegando da delegacia.
Fui para casa e esperei-o. Meu pai chegou com minha Mãe e com meu irmão chorando e eu fiquei completamente mal por ter feito aquilo.
Em 17 anos da minha vida vi meu pai chorando, mas nesse dia ele falou chorando muito e com grande mágoa em seu coração disse:
- Você me decepcionou, quero que pegue todas as suas coisas, celular, bicicleta, tudo e venda. Você vai embora de São Paulo e vai morar na Paraíba. Vá agora e pegue as suas coisas.

Fui chorando pegar minhas coisas, vendi todas e vim embora para Paraíba e aqui estou vivendo bem. Com a grande dificuldade que eu passei acho que depois de tudo valeu a pena.

O SIM MAIS DOLOROSO

Já fazia pouco mais de quatro meses a provação, no total um ano de complicações e tentativas. No início achei-me forte o suficiente, logo quando a noite chegou vi que não era nada. Escuridão, silêncio, eu em minha cama e o pensamento distante. Venci o medo e adormeci.
Quem dera ter tido uma visão do que estava por vir, teria tirado de letra a noite anterior; as falas que estavam por vir eu já sabia de cor, outrora já ouvi há tempos. Porém, o temor me acompanhava e logo esperava a certeza de que minha vida mudaria.
Nunca imaginei que seria dessa maneira tão traumática, começou dizendo: “Eu te amo, vai ficar tudo bem, isto não é uma pedra de tropeço, será vitória no seu futuro”. Meus olhos lacrimejaram, eu esperava o pior!
Uma doce voz, porém trêmula, um olhar inocente de uma doce criança em transição; em meio a esse monólogo, pergunta com um aperto no coração: “Mãe, você está gravida?” E para a sua decepção ela ouviu o “Sim”. Não era mais a única, mas superou.


O DIA EM QUE SALVEI UMA VIDA

Tudo começou quando eu tinha cinco anos, era uma noite com o céu nublado e tinha acabado de chover. Eu estava em direção ao sítio do meu avô localizado em São José da Mata. No caminho observamos um amontoado de pessoas e um carro do SAMU, saímos do carro e fomos ver o que havia acontecido. Quando chegamos mais perto, notamos que se tratava de um acidente automobilístico entre um carro e uma moto.
Tinha muito sangue no local e mais a frente quatro pessoas estiradas no chão e elas estavam ensanguentadas. Os médicos haviam examinado três das quatro pessoas que infelizmente estavam mortas. Colocaram os corpos em sacos pretos e se prepararam para ir embora. Meu avô estava comigo nos braços quando reparei na última pessoa (que era um rapaz por volta dos 20 anos), ele estava mexendo levemente a sua mão direita e foi aí que gritei: “Olha ali, mexeu a mão. Está vivo!”. Então, todos os médicos foram socorrer o rapaz, o colocaram na ambulância do SAMU e se dirigiram ao hospital.
Quando o SAMU foi embora, eu e meu avô seguimos o nosso caminho e ao chegarmos ao sítio contamos tudo que havia ocorrido para a nossa família. Alguns meses depois eu estava no centro com meu avô quando nos deparamos com o rapaz que havia sofrido o acidente. Ele apontou para mim e falou para os seus amigos: “Olha, esta foi a menina que salvou a minha vida. Se não fosse por ela estaria morto agora”. Fiquei tão feliz por isso.
Não me importo do que me intitulem, porque nunca vou esquecer-me do fato de que, quando era criança, um dia salvei uma vida. E me orgulho muito disso. Toda vez que me recordo fico muito alegre. Por fim, essa é minha história.

NEM SEMPRE A VIDA É BELA, APENAS ALGUNS MOMENTOS

Minha vida não é muito interessante e nem era divertida. Fui criada pela minha tia e infelizmente ela não é uma pessoa normal, toma remédio controlado devido a sua infância perturbadora. Ela se estressava rápido por motivos bobos, usava de muita violência e, também, me colocava debaixo do chuveiro ainda estando vestida devido, apenas, a um erro na questão escolar.
Meus pais não tinham uma relação muito saudável. Minha mãe acreditava que quando se casasse com o meu pai ele mudaria seu ato de beber. Porém, algumas promessas de nossas vidas se evidenciam como inválidas. Assim como a sua irmã, meu pai era bastante grosso também devido a problemas vividos no passado. Então, ele amanhecia bebendo e arrumava confusão com minha mãe, colocava a culpa de qualquer acontecimento nela. Ele se irritava e fazia algumas ameaças.

Após o meu nascimento não foi muito diferente, ele continuava com os mesmos costumes. Todavia, ele sempre gostou muito de mim, mas este fato não impedia que eu sentisse medo nos momentos em que ele se encontrava embriagado. Hoje a situação tem se amenizado, porém não temos a vida que desejamos.

MEU HÉROI

Um fato marcante da minha vida foi o dia em que perdi meu avô. Desde sempre minha mãe era apegada ao meu avô, comportamento este que consequentemente foi herdado por mim, sou a segunda neta de onze netos, porém a mais apegada e a que mais recebia afagos dele.
Nasci em 1999 e já quase enlouqueço meu avô, pois tive certa dificuldade para nascer, fui morar com os meus pais, porém meu avô estava sempre lá, acompanhando tudo bem de pertinho. Em meio a perfeição que eu o enxergava, meu avô apresentava um defeito: o alcoolismo, mas isso em momento algum diminuiu o nosso amor e muito menos nos afastou.
Para diminuir o nível de álcool, meu avô tentou o internamento por várias vezes, mas sem sucesso. Eu vivia na casa dele e a falta dele nas internações era terrível, até porque ele não me deixava visitá-lo, pois eu era muito pequena e ele não queria que eu o visse naquele estado.
Em determinado dia, ele pediu para a minha mãe para me criar e ela disse que aceitava se ele também concordasse com uma condição de que ele teria que parar de beber. Meu avô, sem hesitar aceitou, mas infelizmente não deu tempo.
Fazia mais ou menos duas semanas que ele tinha parado de beber, quando um dia ele foi visitar a sogra dele pela manhã e na volta para casa um carro o atropelou e ele não resistiu aos ferimentos. Lembro-me que foi um dia horrível, mas eu não tinha muita noção do que acontecia.
Hoje faz 13 anos que ele morreu e a saudade me consome a cada dia, mas um dia iremos nos encontrar e ele para sempre será meu avozinho e eu sua coelhinha. Meu avô é o meu herói, é minha vida e é o porquê de eu lutar e criar forças e coragem para vencer meus objetivos.


MINHA PRIMEIRA VEZ


Em um dia muito triste, que eu pensava que não podia piorar, ele não começou assim. Numa bela manhã ensolarada eu estava pronto para dar um passo muito importante na minha vida. Já havia treinado muito, semanas não, talvez meses. Lá estava eu em meu quarto e minha máquina ali na minha frente. Eu estava nervoso, pois sabia que eu deveria dar o primeiro passo, entretanto não sabia como fazê-lo. Respirei fundo e pensei: está é minha hora, não posso falhar.
Tudo estava indo bem, sentia que estava caminhando quando fui surpreendido. Alguém estava prestes a estragar aquele lindo momento. Muitas pessoas já tinham me alertado desse empecilho, mesmo assim não havia dado ouvidos.
Algum tempo se passou e eu estava bem perto de finalizar após este alguém do time inimigo ter me atrapalhado. Fiz uma armadilha muito sorrateira e ele caiu e, assim, finalmente consegui, entrei na base e arrasei ela. Eu não conseguia descrever tamanha felicidade, enfim, consegui entender qual era a sensação que meus amigos tanto tentavam descrever. E foi assim que carreguei minha primeira partida Hackeada no League of Legends.


LIVRE DA FINAL

Quando eu era pequeno vivia sozinho, eu sofria de um mal físico, uma deficiência imunológica. Esta doença não me permitia ter uma vida normal, não permitia que eu fosse livre. Eu não podia sair para brincar com as crianças. Para me ocupar, minha maior fonte era a minha mente: sonhar, imaginar, criar, desenhar. Eu criava mundos, seres, objetos, para burlar a solidão eu criava uma nova realidade.
Tudo mudou aos meus 13 anos quando conheci alguém tão sonhador quanto eu, que por sinal era também vítima da mesma doença que a minha. Entretanto, esta outra pessoa era possuidora de outra forma de pensar. Foi fantástico, ele me mostrou um novo mundo: o mundo dos desenhos animados onde tudo era possível, o mundo dos jogos onde a aventura nunca acaba, o mundo dos livros onde os enigmas me aguardavam.
O RPG foi o que me deu uma alma para aniquilar a solidão, eu não apenas estava feliz, eu estava encantado, me sentia finalmente livre. Eu usaria minhas histórias, minhas fantasias, meus delírios para divertir os outros ao criar novas aventuras.
Por causa deste alguém, por ter me apresentado o RPG, minha vida mudou. Aprendi a fazer amigos que se tornaram companheiros em minhas aventuras. O que para muitos é loucura, para nós é uma forma de aliviar as preocupações da vida e para mim há um maior significado por trás: a normalidade. Afinal ao conhecer loucos que compartilham da mesma loucura me sinto finalmente normal.

História

04 de janeiro de 2014, eu estava em casa com minha família, em uma noite chuvosa e fria. Era uma noite de alegria até o telefone tocar, meu irmão atendeu e logo disse:
- Alô, quem é?
O médico respondeu:
- Boa noite, quem está falando?
Meu irmão disse:
- Marcelo, neto da Helena, sua paciente. Aconteceu alguma coisa?
O médico disse:
- Gostaria que seu pai viesse aqui correndo para o hospital, pois a mãe dele não está nada bem.
Meu irmão retornou dizendo:
- Estamos indo agora, obrigado!
E assim o fizemos, após meu irmão desligar o telefone. Chegando no hospital, o médico veio ao nosso encontro e disparou que a diabetes da minha avó não abaixou e com isso teria que realizar uma cirurgia, onde a perna dela seria amputada, pois ela já estava ficando preta. Naquele clima triste e tenso meu pai autorizou o procedimento.

Dias passaram-se. No dia 20 de janeiro fui visitá-la, eu tive que preparar meu psicológico para poder vê-la daquela maneira. Chegando lá a enfermeira me disse que há alguns dias ela não estava reconhecendo ninguém e, por isso, provavelmente ela poderia não se lembrar de mim. Para mim era como se Deus tivesse me alertado para ir vê-la. Ao chegar até o seu quarto comecei a conversar com ela, quando levantei a cabeça vi uma lágrima deslizar sobre a sua face. Dois dias depois ela faleceu. Para mim foi o pior dia da minha vida.

SER DIFERENTE É NORMAL


Segundo a estrutura familiar imposta pela sociedade a família é composta de: Pai, mãe e filho (s). Contudo, eu fui criada pelos meus avós desde o momento em que nasci, pois de fato minha mãe era uma adolescente e já tinha uma filha (minha irmã) com um ano de idade; e o meu pai mudou-se de cidade quando completei quatro anos e casou-se novamente.
Até os meus sete anos eu não conhecia minha mãe, porém meus avós sempre me deixaram ciente de toda a minha história de vida. Hoje conheço minha mãe, nós conversamos sempre, mas não temos intimidade de mãe e filha. Meu pai sempre que posso vejo, ele vem pelo menos três vezes no ano. Tenho cinco irmãs, três por parte de pai e duas por parte de mãe.

Sempre que tento explicar minha história ninguém entende de primeira vez, até mesmo porque é difícil entender. Mas, resumindo, é isso. Você deve está se questionando se sou feliz? Óbvio! Mais feliz do que sou é impossível! Meus pais são os melhores do mundo e o que os faz diferentes dos demais é que posso ter avós e pais em um só.

TURBULÊNCIA

Minha vida transformou-se completamente após o dia 17 de fevereiro de 2012, foi o pior dia da minha vida, pois nesse dia terminava o casamento do meu pai com a minha mãe. Foi uma época muito conturbada, de muita tristeza, eu sofri muito, sentia a ausência da união da minha família. Eu, minha mãe e minha irmã fomos morar com os meus avós maternos.
Ficamos dependentes deles, pois minha mãe estava desempregada, mas, felizmente, alguns meses depois ela conseguiu um emprego e nossa vida começou a ser construída novamente. Passaram-se cerca de dez meses e minha mãe conseguiu concluir a construção de nossa casa.

Eu estudava em uma escola privada, mas após a separação, meu pai não quis me financiar e muito menos investir em meus estudos, comecei a estudar em uma escola pública de baixa qualidade. Hoje somos uma família feliz, minha mãe casou-se novamente e eu ganhei outra irmãzinha. Porém, mesmo eu recebendo todo apoio amor e carinho dela, não consigo esquecer meu passado, minha história e os momentos que passei.

MUDANÇA DE VIDA

Aos meus seis anos de idade deixei minha terra natal (Tarauacá-Acre), minha família, meus amigos e tudo que eu tinha construído até então. Entretanto, não foi uma simples mudança, passei a conviver com pessoas que até então nunca havia visto, tampouco ouvido falar: minha nova família. Devido a problemas financeiros meus pais consanguíneos me doaram para uma família que vivia na Paraíba, pois sabiam que minhas condições de vida seriam melhores.
No dia 06 de outubro de 2004 ganhei pais novos, uma irmã mais velha, uma tia bisavó. Tudo mudou: escola nova, casa nova... Construí minha história na Paraíba, mais especificamente entre Lagoa Seca e Campina Grande. Troquei de escola seis vezes e, até hoje, mantenho contato com amigos que adquiri durante esses anos.

Aqui estou, no Estadual da Prata, com 17 anos e prestes a concluir o Ensino Médio. Tudo isso, eu devo as minhas famílias, tanto a sanguínea, que apesar de tudo me proporcionou a melhor vida que eu poderia ter, como também devo agradecer aos meus pais adotivos que me prestaram toda a assistência para eu ser quem sou hoje. E digo sempre as minhas famílias: vou mostrar a todos que o que fizeram por mim valeu a pena, afinal de contas, se Deus quiser, por aí vem uma fisioterapeuta!

MELHOR FESTA

Em junho aconteceu em Campina Grande, na Paraíba, o Maior São João do Mundo, e nesse ano de 2015 foi o que mais me marcou pela experiência e também pela questão financeira que estava bem, fui para bastante shows de bandas que sempre conheci e de várias outras que eram novas para mim. Mas o dia mais específico, que eu mais gostei, foi o dia que se apresentou um dos melhores cantores que há no Brasil: o Alceu Valença, e ocorreu no dia 28 de junho de 2015. Diverti-me bastante com colegas que estavam presentes. Não demorou muito, mas foi bom enquanto durou. O público viu de verdade a cultura pernambucana, nordestina. Choveu bastante, entretanto o pessoal que ali estava, ali ficou.

QUANDO SENTI MEU CORAÇÃO DESPEDAÇADO


Tudo ia muito bem com minha família, sempre unida, alegre, passeávamos quase todos os finais de semana. Certo dia, enquanto meu tio estava em seu emprego, ele não se sentiu muito bem e foi parar no hospital. Depois de fazer vários exames para diagnosticar sua doença veio a triste notícia: meu tio tinha câncer no fígado. Foi muito difícil para minha família enfrentar uma doença tão terrível e que mata milhões de pessoas por ano.
A doença já estava em estado avançado, mas mesmo assim Deus não permitiu que ele desistisse. Meu tio começou a fazer quimioterapia para tratar a sua doença. Estávamos ajudando de todas as formas que podíamos, íamos visitá-lo e rezávamos por ele. Entretanto, a cada dia que passava ele estava ficando cada vez mais debilitado, até que um dia ele foi ao hospital para saber seu estado de saúde e acabou ficando internado.
Depois de uma semana no hospital, seu estado se agravou ainda mais, deixando-o em coma. Só tive coragem de visitá-lo apenas uma única vez, pois era lamentável o estado em que ele se encontrava. Após um mês em coma veio a triste notícia que meu tio havia falecido. No seu enterro tive a sensação do meu coração se despedaçar, que um pedaço meu foi, também, enterrado ali na minha frente. Foi muito triste saber que perdi uma pessoa tão especial, mas Deus confortou a minha dor e hoje considero meu tio um herói por ter lutado contra o câncer durante quase dois anos.


A RENÚNCIA DO AVESSO

Sofro por renunciar a mim, isto mesmo, não me aceito. Sou o avesso do que desejo e sofro por isso. Já quis demais de mim e me culpo por não alcançar essa utopia que carrego como sonho de vida. Sofri muito por constatar que toda minha existência está pautada no desejo de ser boa em algo, boa e não excelente. E a cada dia que passa essa vontade, essa ânsia se encontra mais difícil de ser alcançada. Só me enxergo como uma média, e como é ruim ser média. Quer dizer: só sabe disso quem realmente é um meio-termo. Quem ocupa essa categoria de vida sofre por não ser nem bonita, nem feia, mas sim bonitinha; por não ser nem inteligente, nem burra, mas sim esforçada. Deus, onde está minha aptidão, meu dom, minha dádiva? Por acaso o senhor esqueceu-se de mim?
Já culpei muito minha família por essa minha personalidade excêntrica, angustiante e esquisita que possuo, principalmente a minha mãe. Entretanto, passo a enxergar com clareza como se eu fosse uma míope a usar seus óculos novos pela primeira vez. O mundo não é mais embaçado para mim, visto que acabei por perceber finalmente que não posso culpar os outros pelas minhas derrotas ou pela maneira que orquestro a minha vida, pois quem escolhe a música que danço sou eu e mais ninguém. Com isso aprendi a parar de chorar pelos cantos como se fosse uma garotinha que perdeu seu brinquedo preferido. Às vezes caminho nas ruas e deixo a estrada logo atrás de mim, peço perdão a Deus por todos os meus pecados, porque apesar de tê-los cometido, sem dúvida alguma, os fiz na ânsia eterna que tenho de acertar.

Não alcançarei meu sonho talvez, entretanto, com o passar dos anos venho verificando na minha vida em particular que realizar os sonhos nem sempre trazem bons frutos. Às vezes o seu maior sonho pode vir de mãos dadas com seu pior pesadelo. Às vezes aquilo que você não espera, ou até mesmo que você não deseja, pode ser a maior dádiva da sua vida. Sendo assim, aguardo ansiosamente o dia de amanhã, a semana que vêm, o próximo mês, ou seja, tudo aquilo que está pela frente. Sem renunciar o presente e o que posso fazer com ele, pois apesar de negar a mim mesma, não nego em nenhum instante da minha existência a chance que tenho de ser feliz.

O PEQUENO GIGANTE ACORDOU


Minha família, conservadora e fechada para experiências fora de seus costumes, passa a me criticar e me ver de forma diferente, simplesmente, porque comecei a gostar mais de rock do que de “forró”, como “Aviões do Forró” que pessoalmente não considero como forró.
Trabalhando para ajudar nos custos de casa e estudando durante a noite, comecei a frequentar um bar alternativo que possuía sua cultura musical baseada no rock. Lá fui conhecendo pessoas e mais pessoas na faixa dos 17 até 20 anos de idade. A maioria delas fazia universidade ou estava no último ano do Ensino Médio.
Com o passar do tempo fui acordando um sonho que estava adormecido, o de me tornar engenheiro mecânico. Entretanto, me encontrava envergonhado por estar repetindo novamente o primeiro ano do Ensino Médio, decidi parar de trabalhar e dedicar meu tempo somente a estudar e a recuperar o tempo perdido.

Hoje, com boas notas e empenho nos estudos, minha família me apóia e me incentiva para que eu possa atingir meus objetivos. Estes acontecimentos me marcaram muito e me deram novas esperanças, ao contrário do que minha família pensava , essas novas amizades foram importantes para o meu “acordar para a vida”.

UM TRISTE ANO


Há sete anos aconteceu algo muito triste na minha vida que me abalou muito: foi à morte do meu primo-irmão. Foi muito triste para mim, pois éramos como “carne e unha”, vivíamos juntos para cima e para baixo. Em 16 de abril de 2008, ano bastante triste, meu primo-irmão morreu afogado tentando ajudar a namorada e a amiga.
Levou-se três dias para encontrar o corpo e eu mantinha em meu peito a chama viva da esperança acreditando sempre que ele ainda estava vivo. O mais deprimente para mim foi ver o corpo, visto que o mesmo encontrava-se com mordidas de animais marinhos. Foi muito difícil suportar a sua perda.
No mesmo ano, após quatro meses, perdi meu animal de estimação. Eu era muito apegada a ele, meu hamster. Foi dessa outra perca que veio mais outra tristeza na minha vida, mas tudo bem, esta foi mais fácil de suportar. Eu já sabia que meu animal estava em seus últimos dias de vida.

No mês de dezembro descobrimos que meu avô estava com um problema no fígado e tinha que fazer hemodiálise. Como sabemos quem faz esse tipo de tratamento não tem muitos anos de vida, foi outra tristeza. Cheguei até a questionar: “por que Deus, por que isto tudo está acontecendo comigo?” Minha avó me deu uma lição de vida, ela disse que Deus tem um propósito nas nossas vidas e ele não nos faz sofrer. Agora, eu sei que tudo que acontece na nossa existência, sendo bom ou sendo ruim, temos que aceitar.

VENCENDO DESAFIOS

No começo eu pensava que morar sem minha família, ser independente, morar com amigas, seria tudo perfeito. Uma vida que todo adolescente sonhava. Então, chegou meu dia, estava feliz da vida, pois iria vir morar com as amigas em Campina Grande, ser “livre”.
Eu pensei que ia ser fácil, que eu iria conhecer gente nova e, na verdade conheci, mas não é igual aos antigos que eu passava a minha maior parte do tempo com eles. Não tenho aquela facilidade de contar meus segredos como tenho com minhas amigas. Tenho várias pessoas ao meu redor, mas é como se eu estivesse sozinha. Meu dia-a-dia está triste, está difícil continuar, está me deixando aos prantos.

Longe de casa, da minha mãe, do meu pai, da minha família, dos meus vizinhos, das minhas amigas, enfim, longe de todos que eu amo. Mas, foi por uma ótima causa, pelos meus estudos, pois aqui é bem melhor. Saudades? Tenho muitas, contudo, passa. E de vez em quando dá para matá-la. Estou chegando onde eu quero, falta pouco, vai valer a pena a minha luta.

MEU PRIMEIRO AMOR

Com nove anos de idade fui morar com minha tia e meu primo na cidade de Lucena na Paraíba. Casa grande, vida nova, escola nova, praia, tudo novo: a melhor coisa que me aconteceu. Isso até um dia em que um acontecimento trágico ocorreu em nossas vidas. Dois anos após a minha mudança meu primo foi assassinado em frente a nossa casa após um assalto. Minha tia que tinha câncer desistiu de lutar para viver.
E foi assim que tudo começou, com a desistência da minha tia, eu teria que ser mais responsável, pois ela não ia mais ao médico, não tomava mais seus remédios e não queria mais viver. Com essa situação apavorante a única coisa a fazer era aprender a cuidar dela, sem ter medo ou nojo do que poderia acontecer.
O câncer dela era de pele, eu ficava muito chateada ao ver as pessoas com nojo e medo de chegarem peto dela. Eu não tinha reação diante dessas atitudes que presenciava. Um dia acordei com o som de seu choro desesperado ao constatar que seu cabelo estava caindo, aquela cena me comoveu muito fazendo com que minha “ficha caísse” e eu percebesse que devia fazer algo para ajudá-la, pois me sentia culpada por tudo aquilo que estava acontecendo.

Três meses depois minha tia e eu fizemos uma peruca linda, a qual ela usava e não tinha vergonha. Um ano depois voltamos para Campina Grande onde ela fez vários tratamentos e nunca deixou de usar nossa peruca. Eu amava ver ela produzida, entretanto, nem tudo é para sempre, em Dezembro de 2013 ela faleceu e naquele dia a vi toda linda em seu velório. Percebi também que ela foi e sempre será o meu primeiro amor.