Tudo começou quando eu tinha cinco anos, era
uma noite com o céu nublado e tinha acabado de chover. Eu estava em direção ao
sítio do meu avô localizado em São José da Mata. No caminho observamos um
amontoado de pessoas e um carro do SAMU, saímos do carro e fomos ver o que
havia acontecido. Quando chegamos mais perto, notamos que se tratava de um
acidente automobilístico entre um carro e uma moto.
Tinha muito sangue no local e mais a frente
quatro pessoas estiradas no chão e elas estavam ensanguentadas. Os médicos
haviam examinado três das quatro pessoas que infelizmente estavam mortas.
Colocaram os corpos em sacos pretos e se prepararam para ir embora. Meu avô
estava comigo nos braços quando reparei na última pessoa (que era um rapaz por
volta dos 20 anos), ele estava mexendo levemente a sua mão direita e foi aí que
gritei: “Olha ali, mexeu a mão. Está vivo!”. Então, todos os médicos foram
socorrer o rapaz, o colocaram na ambulância do SAMU e se dirigiram ao hospital.
Quando o SAMU foi embora, eu e meu avô
seguimos o nosso caminho e ao chegarmos ao sítio contamos tudo que havia
ocorrido para a nossa família. Alguns meses depois eu estava no centro com meu
avô quando nos deparamos com o rapaz que havia sofrido o acidente. Ele apontou
para mim e falou para os seus amigos: “Olha, esta foi a menina que salvou a
minha vida. Se não fosse por ela estaria morto agora”. Fiquei tão feliz por
isso.
Não me importo do que me intitulem, porque nunca vou
esquecer-me do fato de que, quando era criança, um dia salvei uma vida. E me
orgulho muito disso. Toda vez que me recordo fico muito alegre. Por fim, essa é
minha história.
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