Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)
Centro de Educação (CEDUC)
Departamento de História
Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID/CAPES
E.E.E.F. M Professor Raul Córdula
Série: 9º ano do Ensino Fundamental II Turno: Tarde
Professor Supervisor (a): Ivanilda Matias
Bolsistas:
Francine Santos
Leonardo Lira
Rayssa Eutália
Sabrina Lopes
Agentes químicos utilizados na
I Guerra Mundial
As armas químicas usadas
na Primeira Guerra Mundial foram: Gases tóxicos (lançados primeiramente
partindo de cilindros utilizando o vento para direcionar a nuvem química, a
partir de 1916 ambos os lados passaram a utilizar projéteis de artilharia e
morteiros, além de bombas dos aviões em pequena escala); Lança-chamas.
O lança-chamas causou terror aos soldados franceses e britânicos,
quando utilizado pelos alemães em tropas especialmente treinadas para invasão
das trincheiras em pequenos grupos. O exército alemão testou dois modelos de
lança-chamas: um grande e um pequeno, ambos desenvolvidos por Richard Fiedler. O uso inicial
na guerra foi contra as trincheiras inglesas em Hoogles (Bélgica), em 5 de
julho de 1915. O lança-chamas tendia a ser utilizado em grupos de seis durante
a batalha, cada um com uma guarnição de dois homens – um carregando o tanque de
combustível preso em suas costas enquanto o outro era responsável por operar a
mangueira direcionando o fluxo das chamas. Eram usados para eliminar a linha de
frente dos defensores durante o início de um ataque, precedendo as tropas de
infantaria com fuzis e granadas. Combinado com a velocidade e ferocidade das
tropas de ataque relâmpago (Sturmtruppen em alemão) tornou-se uma arma
extremamente eficaz.
Sistemas
de distribuição do gás Cilindros foi
o primeiro sistema utilizado para a liberação em massa de gás, onde os
cilindros de gás eram usados a partir do vento favorável para levar o produto
às trincheiras do inimigo. O outro sistema foi o gás através da artilharia, que
superaram muitos dos riscos de lidar com o gás em cilindros. Pois o gás da artilharia podia ser entregue
sem aviso, especialmente o fosgênio, incolor e quase inodoro. Outro eficiente
sistema de ataque foi o Projetor de gás,
que por meio de um tubo fixado numa escavação na terra ou numa estrutura de
argamassa. Dentro do tubo era inserida uma pequena carga explosiva para
projetar todo o cilindro com gás como um míssil sobre o inimigo. Ao ser
projetado, uma pequena corda fixa segurava o lacre do cilindro, que liberava a
válvula com o gás durante o voo, caindo em terreno inimigo já liberando seu
conteúdo. Ambos os lados desenvolveram diferentes tipos de projetores de gás. O Prof. Fritz Haber, dirigiu pessoalmente o primeiro ataque com gás
cloro. Quatro anos mais tarde, em 1918, ganhou o prêmio Nobel em química por
sua descoberta de um processo para sintetizar amônia pela combinação de
nitrogênio e hidrogênio. Haber é frequentemente referido como o pai da guerra
química.
Pesquisas
desenvolveram rudimentares máscaras
de proteção e foram testadas constantes variações de modelos e produtos
químicos para filtro, tornando as máscaras cada vez mais especializadas e
eficientes, ao ponto de praticamente anular as vantagens da guerra química.
Alemães com diferentes modelos de máscaras contra gás Imagem. Com a proteção de
máscaras continuamente aprimoradas e prevenção através de eficientes produtos
químicos e estratégias, o gás nunca repetiu o dramático sucesso de 22 de abril
de 1915, no entanto, tornou-se uma arma que, combinada com a artilharia
convencional, foi usada para apoiar a maioria dos grandes ataques nas fases
posteriores da guerra.
Nenhum dos lados ganhou a
guerra pelo uso de armas químicas, mas estas fizeram a vida nas trincheiras
ainda mais tensa e desagradável, tornando-se um dos mais temidos e lembrados horrores da guerra. O uso de gás venenoso, realizado pelos principais
participantes durante a Primeira Guerra Mundial, constituiu crime de guerra,
violando as convenções e tratados da Declaração de Haia de 1899 relativos a
gases asfixiantes, e a Convenção de Haia de 1907 sobre guerra terrestre, que
proibiam o uso em guerras de projéteis contendo gás venenoso ou asfixiante.
Como ambos os lados incorreram no mesmo crime, após a guerra nenhum político ou
militar foi responsabilizado pelas mortes e danos causados aos civis e suas
propriedades pelo uso de armas químicas. Parte dos 600 militares italianos
mortos por ataque alemão com gás fosgênio Caporetto
(Itália).
Principais agentes químicos utilizados
na I Guerra Mundial
NOME
|
EFEITOS
|
USADO
POR
|
PRIMEIRO
USO
|
OBSERVAÇÕES
|
Cloro
|
Corrosivo e tóxico.
Irrita o sistema respiratório. |
Ambos
|
1914
|
Primeiro agente utilizado.
Pelos alemães. |
Brometo de Xilila(brometo de metilbenzeno).
|
Altamente tóxico irritante e lacrimogênio.
|
Ambos
|
1915
|
Primeiro grande uso, pelos alemães,
na batalha de Bolimów (Rússia). |
Fosgênio
|
Venenoso e corrosivo. Altamente tóxico,
interrompe as trocas gasosas alveolares e irrita pele e membranas.
|
Ambos
|
1915
|
Gás incolor e quase inodoro, demora um pouco para
agir.
|
Brometo de benzila
|
Fortemente lacrimogênio. Irrita pele e mucosas.
|
Eixo
|
1915
|
Líquido incolor.
|
Clorometil cloroformato
|
Lacrimogênio causa cegueira temporária. Irritante
também à pele e aos pulmões.
|
Ambos
|
1915
|
Líquido incolor.
|
Triclorometil cloroformato
(difosgênio) |
Altamente irritante. Causa queimaduras.
|
Ambos
|
1916
|
Líquido incolor. Usado, pois seus vapores destruíam
os filtros das máscaras da época.
|
Cloropicrina
|
Altamente tóxico lacrimogênio. Concentrações
maiores causam edema pulmonar.
|
Ambos
|
1916
|
Inicialmente, foi devastador para os aliados.
|
Tetracloreto de estanho
|
Causa queimaduras. Altamente irritante, mas não
letal.
|
Aliados
|
1916
|
Líquido incolor, forma fumaça em contato com o
ar.
|
Iodoacetato de etila.
|
Tóxico, corrosivo e lacrimogênio.
|
Aliados
|
1916
|
Líquido.
|
Bromoacetona
|
Tóxico, lacrimogênio.
|
Ambos
|
1916
|
Chamado de "BA" pelos britânicos e de
"B-Stoff" pelos alemães.
|
Monobromometil etil cetona
|
Irritante, lacrimogênio.
|
Eixo
|
1916
|
-
|
Acreolina
|
Tóxico, lacrimogênio e fortemente irritante aos
olhos, pele e narinas.
|
Aliados
|
1916
|
Líquido incolor com odor acre desagradável.
|
Cianeto de hidrogênio (ácido prússico)
|
Venenoso, asfixiante. Bloqueia uma enzima
mitocondrial e consequentemente, a respiração celular. Uma concentração de
300 mg/m3 no ar mata um humano em 10 min.
|
Aliados
|
1916
|
Também foi usado nos campos de extermínio
nazistas.
|
Sulfeto de hidrogênio (hidrogênio sulfurado)
|
Venenoso, ataca diferentes sistemas do corpo
humano, apesar de afetar o sistema nervoso com maior intensidade. Toxicidade
comparável à do cianeto de hidrogênio.
|
Aliados
|
1916
|
Gás incolor inflamável, com odor característico
de ovos podres.
|
Difenilaminoclorarsina (DM)
|
Causa irritação ao trato respiratório superior
(faz a vítima espirrar). Efeito prolongado.
|
Eixo
|
1917
|
Cristais amarelos ou esverdeados. Possui arsênio
na composição. Usada em espécies de "velas" que, acesas, espantavam
o inimigo.
|
α-clorotolueno (cloreto de
benzila)
|
Irritante e lacrimogênio. Volátil, atinge
facilmente as mucosas, onde se hidrolisa produzindo ácido clorídrico.
|
Eixo
|
1917
|
Líquido incolor altamente volátil e reativo.
|
Gás mostarda - sulfeto de bis (2-cloroetil)
|
Fortemente vesicante (causa irritação e dor
extremas a mucosas, à pele e aos olhos, produzindo bolhas). Irrita os
pulmões. Mutagênico e cancerígeno.
|
Ambos
|
1917
|
Coloração amarela-marrom (semelhante a dos grãos
de mostarda).
|
Éter diclorometílico
|
Irritante, embaça a visão. Exposição prolongada pode
causar câncer de pulmão.
|
Eixo
|
1918
|
Líquido incolor.
|
Etildicloroarsina
|
Altamente tóxico e vesicante, causa bolhas.
|
Eixo
|
1918
|
Líquido incolor volátil. Outro derivado do
arsênio.
|
N-Etilcarbazol
|
Irritante
|
Eixo
|
1918
|
-
|
Vesicante
(melhorado conhecido como Lewisite)
|
Provoca grandes bolhas
dolorosas, especialmente nas mãos e pé. Ele também atua como um irritante
para o pulmão, causando inchaço tóxico, inflamação e destruição do
revestimento das vias aéreas, causando o desprendimento de seu interior,
tornando difícil a respiração.
|
Aliados
|
1919
|
Pode ser lançado na forma de vapor,
aerossol ou líquida, sendo mais prejudicial em condições de baixa temperatura
ou de baixa umidade.
|
Fonte do quadro: Aspirações Químicas Armas Químicas:
1ª Guerra Mundial. Obs.: Países que usaram armas químicas: Eixo: Alemanha e
Áustria-Hungria. Aliados: França, Inglaterra, Canadá e Estados Unidos
PAÍS
|
TOTAL DE ATINGIDOS
|
MORTOS
|
Grã-Bretanha
|
188.706
|
8.109
|
França
|
190.000
|
8.000
|
Estados Unidos
|
72.807
|
1.462
|
Itália
|
60.000
|
4.627
|
Rússia
|
475.340
|
56.000
|
Império Alemão
|
200.000
|
9.000
|
Áustria-Hungria
|
100.000
|
3.000
|
Outros
|
10.000
|
1.000
|
TOTAL
|
1.296.853
|
91.198
|
Fonte: Gas Death in The First World War -
learn.co.uk
|
Fontes: http://pt.slideshare.net/SylvioBazote/a-guerra-qumica-na-primeira-guerra-mundial,http://aspiracoesquimicas.net/2012/09/armas-quimicas-1-guerra-mundial.html/, http://noticias.terra.com.br/educacao/historia/primeira-guerra-mundial-o-uso-de-gas-como-arma-quimica-em-batalhas,adb9c02cf0d21410VgnVCM10000098cceb0aRCRD.html.
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