domingo, 2 de agosto de 2015

Texto Introdutório - Agentes químicos utilizados na Primeira Guerra Mundial

Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)
Centro de Educação (CEDUC)
Departamento de História
Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID/CAPES
E.E.E.F. M Professor Raul Córdula
Série: 9º ano do Ensino Fundamental II           Turno: Tarde
Professor Supervisor (a): Ivanilda Matias
Bolsistas:
Francine Santos
Leonardo Lira
Rayssa Eutália
Sabrina Lopes


Agentes químicos utilizados na
I Guerra Mundial

As armas químicas usadas na Primeira Guerra Mundial foram: Gases tóxicos (lançados primeiramente partindo de cilindros utilizando o vento para direcionar a nuvem química, a partir de 1916 ambos os lados passaram a utilizar projéteis de artilharia e morteiros, além de bombas dos aviões em pequena escala); Lança-chamas.
O lança-chamas causou terror aos soldados franceses e britânicos, quando utilizado pelos alemães em tropas especialmente treinadas para invasão das trincheiras em pequenos grupos. O exército alemão testou dois modelos de lança-chamas: um grande e um pequeno, ambos desenvolvidos por Richard Fiedler. O uso inicial na guerra foi contra as trincheiras inglesas em Hoogles (Bélgica), em 5 de julho de 1915. O lança-chamas tendia a ser utilizado em grupos de seis durante a batalha, cada um com uma guarnição de dois homens – um carregando o tanque de combustível preso em suas costas enquanto o outro era responsável por operar a mangueira direcionando o fluxo das chamas. Eram usados para eliminar a linha de frente dos defensores durante o início de um ataque, precedendo as tropas de infantaria com fuzis e granadas. Combinado com a velocidade e ferocidade das tropas de ataque relâmpago (Sturmtruppen em alemão) tornou-se uma arma extremamente eficaz.
Sistemas de distribuição do gás Cilindros foi o primeiro sistema utilizado para a liberação em massa de gás, onde os cilindros de gás eram usados a partir do vento favorável para levar o produto às trincheiras do inimigo. O outro sistema foi o gás através da artilharia, que superaram muitos dos riscos de lidar com o gás em cilindros. Pois o gás da artilharia podia ser entregue sem aviso, especialmente o fosgênio, incolor e quase inodoro. Outro eficiente sistema de ataque foi o Projetor de gás, que por meio de um tubo fixado numa escavação na terra ou numa estrutura de argamassa. Dentro do tubo era inserida uma pequena carga explosiva para projetar todo o cilindro com gás como um míssil sobre o inimigo. Ao ser projetado, uma pequena corda fixa segurava o lacre do cilindro, que liberava a válvula com o gás durante o voo, caindo em terreno inimigo já liberando seu conteúdo. Ambos os lados desenvolveram diferentes tipos de projetores de gás. O Prof. Fritz Haber, dirigiu pessoalmente o primeiro ataque com gás cloro. Quatro anos mais tarde, em 1918, ganhou o prêmio Nobel em química por sua descoberta de um processo para sintetizar amônia pela combinação de nitrogênio e hidrogênio. Haber é frequentemente referido como o pai da guerra química.
Pesquisas desenvolveram rudimentares máscaras de proteção e foram testadas constantes variações de modelos e produtos químicos para filtro, tornando as máscaras cada vez mais especializadas e eficientes, ao ponto de praticamente anular as vantagens da guerra química. Alemães com diferentes modelos de máscaras contra gás Imagem. Com a proteção de máscaras continuamente aprimoradas e prevenção através de eficientes produtos químicos e estratégias, o gás nunca repetiu o dramático sucesso de 22 de abril de 1915, no entanto, tornou-se uma arma que, combinada com a artilharia convencional, foi usada para apoiar a maioria dos grandes ataques nas fases posteriores da guerra.
Nenhum dos lados ganhou a guerra pelo uso de armas químicas, mas estas fizeram a vida nas trincheiras ainda mais tensa e desagradável, tornando-se um dos mais temidos e lembrados horrores da guerra. O uso de gás venenoso, realizado pelos principais participantes durante a Primeira Guerra Mundial, constituiu crime de guerra, violando as convenções e tratados da Declaração de Haia de 1899 relativos a gases asfixiantes, e a Convenção de Haia de 1907 sobre guerra terrestre, que proibiam o uso em guerras de projéteis contendo gás venenoso ou asfixiante. Como ambos os lados incorreram no mesmo crime, após a guerra nenhum político ou militar foi responsabilizado pelas mortes e danos causados aos civis e suas propriedades pelo uso de armas químicas. Parte dos 600 militares italianos mortos por ataque alemão com gás fosgênio Caporetto (Itália).
Principais agentes químicos utilizados na I Guerra Mundial
NOME
EFEITOS
USADO POR
PRIMEIRO USO
OBSERVAÇÕES
Cloro
Corrosivo e tóxico.
Irrita o sistema respiratório.
Ambos
1914
Primeiro agente utilizado.
Pelos alemães.
Brometo de Xilila(brometo de metilbenzeno).
Altamente tóxico irritante e lacrimogênio.
Ambos
1915
Primeiro grande uso, pelos alemães,
na batalha de Bolimów (Rússia).
Fosgênio
Venenoso e corrosivo. Altamente tóxico, interrompe as trocas gasosas alveolares e irrita pele e membranas.
Ambos
1915
Gás incolor e quase inodoro, demora um pouco para agir.
Brometo de benzila
Fortemente lacrimogênio. Irrita pele e mucosas.
Eixo
1915
Líquido incolor.
Clorometil cloroformato
Lacrimogênio causa cegueira temporária. Irritante também à pele e aos pulmões.
Ambos
1915
Líquido incolor.
Triclorometil cloroformato
(difosgênio)
Altamente irritante. Causa queimaduras.
Ambos
1916
Líquido incolor. Usado, pois seus vapores destruíam os filtros das máscaras da época.
Cloropicrina
Altamente tóxico lacrimogênio. Concentrações maiores causam edema pulmonar.
Ambos
1916
Inicialmente, foi devastador para os aliados.
Tetracloreto de estanho
Causa queimaduras. Altamente irritante, mas não letal.
Aliados
1916
Líquido incolor, forma fumaça em contato com o ar.
Iodoacetato de etila.
Tóxico, corrosivo e lacrimogênio.
Aliados
1916
Líquido.
Bromoacetona
Tóxico, lacrimogênio.
Ambos
1916
Chamado de "BA" pelos britânicos e de "B-Stoff" pelos alemães.
Monobromometil etil cetona
Irritante, lacrimogênio.
Eixo
1916
-
Acreolina
Tóxico, lacrimogênio e fortemente irritante aos olhos, pele e narinas.
Aliados
1916
Líquido incolor com odor acre desagradável.
Cianeto de hidrogênio (ácido prússico)
Venenoso, asfixiante. Bloqueia uma enzima mitocondrial e consequentemente, a respiração celular. Uma concentração de 300 mg/m3 no ar mata um humano em 10 min.
Aliados
1916
Também foi usado nos campos de extermínio nazistas.
Sulfeto de hidrogênio (hidrogênio sulfurado)
Venenoso, ataca diferentes sistemas do corpo humano, apesar de afetar o sistema nervoso com maior intensidade. Toxicidade comparável à do cianeto de hidrogênio.
Aliados
1916
Gás incolor inflamável, com odor característico de ovos podres.
Difenilaminoclorarsina (DM)
Causa irritação ao trato respiratório superior (faz a vítima espirrar). Efeito prolongado.
Eixo
1917
Cristais amarelos ou esverdeados. Possui arsênio na composição. Usada em espécies de "velas" que, acesas, espantavam o inimigo.
α-clorotolueno (cloreto de benzila)
Irritante e lacrimogênio. Volátil, atinge facilmente as mucosas, onde se hidrolisa produzindo ácido clorídrico.
Eixo
1917
Líquido incolor altamente volátil e reativo.
Gás mostarda - sulfeto de bis (2-cloroetil)
Fortemente vesicante (causa irritação e dor extremas a mucosas, à pele e aos olhos, produzindo bolhas). Irrita os pulmões. Mutagênico e cancerígeno.
Ambos
1917
Coloração amarela-marrom (semelhante a dos grãos de mostarda).
Éter diclorometílico
Irritante, embaça a visão. Exposição prolongada pode causar câncer de pulmão.
Eixo
1918
Líquido incolor.
Etildicloroarsina
Altamente tóxico e vesicante, causa bolhas.
Eixo
1918
Líquido incolor volátil. Outro derivado do arsênio.
N-Etilcarbazol


Irritante
Eixo
1918
-
Vesicante
(melhorado conhecido como Lewisite)
Provoca grandes bolhas dolorosas, especialmente nas mãos e pé. Ele também atua como um irritante para o pulmão, causando inchaço tóxico, inflamação e destruição do revestimento das vias aéreas, causando o desprendimento de seu interior, tornando difícil a respiração.
Aliados
1919
Pode ser lançado na forma de vapor, aerossol ou líquida, sendo mais prejudicial em condições de baixa temperatura ou de baixa umidade.

Fonte do quadro: Aspirações Químicas Armas Químicas: 1ª Guerra Mundial. Obs.: Países que usaram armas químicas: Eixo: Alemanha e Áustria-Hungria. Aliados: França, Inglaterra, Canadá e Estados Unidos


PAÍS
TOTAL DE ATINGIDOS
MORTOS
Grã-Bretanha
188.706
8.109
França
190.000
8.000
Estados Unidos
72.807
1.462
Itália
60.000
4.627
Rússia
475.340
56.000
Império Alemão
200.000
9.000
Áustria-Hungria
100.000
3.000
Outros
10.000
1.000
TOTAL
1.296.853
91.198
Fonte: Gas Death in The First World War - learn.co.uk


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