Importante
movimento cultural, artístico e científico; o Renascimento inicia-se no século
XIV e se, num primeiro momento concentra-se em cidades italianas, acaba por se
propagar em várias regiões da Europa. Abrindo um leque de possibilidades
temáticas, esse movimento tem por característica o antropocentrismo. No entanto,
as qualidades que faz com que o homem ocupe esse lugar central – entre elas, o
racionalismo – são considerados dons a ele concedido pelo próprio Deus.
O
nome dado ao movimento – pelos próprios renascentistas, sendo eles escritores,
pintores e cientistas – justifica-se pelo fato de que os valores pregados pelo
pensamento medieval se faziam incompatíveis às transformações a ele
contemporâneas. Assim, considerando esse tempo “médio” como um período de
“trevas” onde nada havia sido produzido – sabe-se que não foi bem assim – e
valorizando as obras Greco-romanas, esses artistas acreditavam estar fazendo
“renascer” tal cultura.
Tendo
o homem como “medida de todas as coisas” e privilegiando a razão em detrimento
da fé, o Renascimento dá lugar ao individualismo
que, permite ao homem o reconhecimento e valorização de seus talentos pessoais,
e se no período medieval tem-se o corpo como fonte de pecado, aqui, ele é tido
como fonte de beleza e prazer. No que se refere ao tempo, nota-se outro
contraponto entre os dois períodos supracitados; se no medievo o tempo pertence
a Deus, na renascença, este passa a pertencer ao homem, que passa a usá-lo em
benefício próprio.
As
artes renascentistas refletem essa importância dada à figura humana.
Considerados artistas extraordinários, os pintores e escultores desse ambiente possuíam
características que, de fato, inovaram a história da arte. Dentre essas
características, vale ressaltar o realismo com que a figura humana passa a ser
representada, o domínio da perspectiva e o autorretrato. Giotto Sandro
Botticelli, Leonardo Da Vinci, Rafael de Sanzio e Michelangelo Buonarroti são
alguns dos maiores nomes da pintura renascentista italiana.
Quanto
aos escritores italianos renascentistas, dois merecem especial atenção; Dante
Alighieri, escritor da Divina Comédia,
um poema possuidor de características medievais e modernas; e Francesco
Petrarca, conhecedor dos autores gregos e romanos e escritor do Cancioneiro, poesia em que descreve o
seu amor por Laura, numa paixão desperta numa sexta-feira santa, na primeira
vez que em a viu.
No
ambiente renascentista, surgiram os humanistas, pensadores e intelectuais que,
rompendo com o Teocentrismo, almejavam dar ao homem um lugar central. No
entanto, cabe ressaltar que os humanistas não eram antirreligiosos e
consideravam a racionalidade humana um dom concedido por Deus.
Os
humanistas também valorizavam as ciências humanas e desejavam melhorar o ensino
universitário através de estudos baseados na razão e na experiência. No que se
refere aos cientistas renascentistas, vale citar Andreas Versalius, o pai da
anatomia moderna, e Galileu Galilei, o criador da Física moderna. Numa época em
que, tanto os cientistas quanto os doutores da Igreja defendiam o geocentrismo, Galileu comprovou a teoria
formulada por Nicolau Copérnico, o heliocentrismo.
No entanto, para escapar da morte diante de um tribunal da Igreja, ele acaba
por negar sua teoria.
Assim,
o Renascimento apresenta-se como um momento que abrange significativas
inovações nos campos artístico e científico, que dá ao homem maior dignidade e
autonomia diante das imposições da Igreja. Desse modo, o humanismo
renascentista aproxima o homem de Deus e humaniza um tanto mais o Deus dos
homens.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BOULOS
JÚNIOR, Alfredo. História: sociedade & cidadania. 2 ed. São Paulo: FTD,
2012.
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