domingo, 21 de setembro de 2014

Texto Introdutório: Renascimento e Humanismo



Importante movimento cultural, artístico e científico; o Renascimento inicia-se no século XIV e se, num primeiro momento concentra-se em cidades italianas, acaba por se propagar em várias regiões da Europa. Abrindo um leque de possibilidades temáticas, esse movimento tem por característica o antropocentrismo. No entanto, as qualidades que faz com que o homem ocupe esse lugar central – entre elas, o racionalismo – são considerados dons a ele concedido pelo próprio Deus.
O nome dado ao movimento – pelos próprios renascentistas, sendo eles escritores, pintores e cientistas – justifica-se pelo fato de que os valores pregados pelo pensamento medieval se faziam incompatíveis às transformações a ele contemporâneas. Assim, considerando esse tempo “médio” como um período de “trevas” onde nada havia sido produzido – sabe-se que não foi bem assim – e valorizando as obras Greco-romanas, esses artistas acreditavam estar fazendo “renascer” tal cultura.
Tendo o homem como “medida de todas as coisas” e privilegiando a razão em detrimento da fé, o Renascimento dá lugar ao individualismo que, permite ao homem o reconhecimento e valorização de seus talentos pessoais, e se no período medieval tem-se o corpo como fonte de pecado, aqui, ele é tido como fonte de beleza e prazer. No que se refere ao tempo, nota-se outro contraponto entre os dois períodos supracitados; se no medievo o tempo pertence a Deus, na renascença, este passa a pertencer ao homem, que passa a usá-lo em benefício próprio.
As artes renascentistas refletem essa importância dada à figura humana. Considerados artistas extraordinários, os pintores e escultores desse ambiente possuíam características que, de fato, inovaram a história da arte. Dentre essas características, vale ressaltar o realismo com que a figura humana passa a ser representada, o domínio da perspectiva e o autorretrato. Giotto Sandro Botticelli, Leonardo Da Vinci, Rafael de Sanzio e Michelangelo Buonarroti são alguns dos maiores nomes da pintura renascentista italiana.
Quanto aos escritores italianos renascentistas, dois merecem especial atenção; Dante Alighieri, escritor da Divina Comédia, um poema possuidor de características medievais e modernas; e Francesco Petrarca, conhecedor dos autores gregos e romanos e escritor do Cancioneiro, poesia em que descreve o seu amor por Laura, numa paixão desperta numa sexta-feira santa, na primeira vez que em a viu.
No ambiente renascentista, surgiram os humanistas, pensadores e intelectuais que, rompendo com o Teocentrismo, almejavam dar ao homem um lugar central. No entanto, cabe ressaltar que os humanistas não eram antirreligiosos e consideravam a racionalidade humana um dom concedido por Deus.
Os humanistas também valorizavam as ciências humanas e desejavam melhorar o ensino universitário através de estudos baseados na razão e na experiência. No que se refere aos cientistas renascentistas, vale citar Andreas Versalius, o pai da anatomia moderna, e Galileu Galilei, o criador da Física moderna. Numa época em que, tanto os cientistas quanto os doutores da Igreja defendiam o geocentrismo, Galileu comprovou a teoria formulada por Nicolau Copérnico, o heliocentrismo. No entanto, para escapar da morte diante de um tribunal da Igreja, ele acaba por negar sua teoria.
Assim, o Renascimento apresenta-se como um momento que abrange significativas inovações nos campos artístico e científico, que dá ao homem maior dignidade e autonomia diante das imposições da Igreja. Desse modo, o humanismo renascentista aproxima o homem de Deus e humaniza um tanto mais o Deus dos homens.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BOULOS JÚNIOR, Alfredo. História: sociedade & cidadania. 2 ed. São Paulo: FTD, 2012.




Nenhum comentário:

Postar um comentário